Propostas aceitas - XXI Congresso ABPI

TÍTULO DO SIMPÓSIO:

Literatura Italiana em tradução: perspectivas e possibilidades

PROPOSTAS ACEITAS (comunicações orais / pôster)

Mãos que traduzem

Julia Scamparini - Doutora/UERJ

Reflexões e teorias sobre o caráter criativo e autoral da tradução de obras ou textos literários podem ser consideradas a grande mola propulsora tanto do pontapé como da consolidação dos Estudos da Tradução enquanto disciplina. Atualmente, em tempos de inteligência artificial, a criatividade, o gesto autoral, ou, em outras palavras, o caráter artístico da tradução literária, além de alimentar esta área do saber – aqui tão amplamente chamada de Estudos da Tradução – talvez seja o que promete garantir sua sobrevivência. A criação artística pressupõe um sujeito criador, uma personalidade una responsável pela obra, tanto é que filmes, por exemplo, ainda que contem com um sem fim de colaboradores ativos, são sempre assinados pelo gênio de um indivíduo, sua diretora ou diretor. Neste sentido, o gesto autoral de uma tradução literária normalmente vem identificado pela tradutora ou tradutor que assina o livro traduzido. Nada mais justo, quando se sabe da labuta minuciosa de quem se dedica seriamente ao ofício. Mas, ainda que não interesse de forma alguma por em discussão a autoria tradutória, desejo direcionar o olhar à participação das pessoas responsáveis pela preparação de um livro traduzido, as quais podem ter, e normalmente têm, um papel importante no produto final. Para dar o pontapé a esta discussão, que inicio com esta proposta de comunicação, pretendo analisar a última versão de um livro traduzido (por mim) enviada à editora, e o material que retornou, revisado pelo profissional de preparação, antes de finalizada a versão final, enviada para publicação. A intenção é comentar uma gama de contribuições, das menos importantes, em que aparentemente se trocou “seis por meia-dúzia” – em uma tentativa de compreender porquês ocultos que possam ter motivado tais alterações – às mais significativas, que contribuem positivamente para a circulação da obra no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: tradução literária, interpretação, autoria, preparação textual

REFERÊNCIAS:

CESAR, Ana Cristina. Critica e Tradução. São Paulo: Editora Ática, 1999. STEINER, George. Depois de Babel: questões de linguagem e tradução. Tradução de Carlos Alberto Faraco. Curitiba: Editora UFPR, 2005.