TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Do silenciamento à palavra: estudo e tradução de escritoras contra imaginários misóginos da tradição literária Italiana
Anna Palma - UFMG Julia Oliveira Rodrigues - Graduanda/UFMG Maria Clara Rodrigues Fonseca - Graduanda/UFMG
Igiaba Scego é uma escritora italiana (Roma, 1974), cuja obra alcançou um sucesso importante também no exterior, tornando-se objeto de numerosos estudos e publicações. Autora de contos e romances, colabora com vários jornais e revistas italianas, assim como em publicações científicas com artigos que refletem seu trabalho de ativista social e de pesquisadora. Em 2008, ela concluiu o Doutorado stricto sensu na Università degli studi Roma Tre, com a tese intitulada L’immaginario violato. Tre scrittrici italofone del Corno D’Africa. Nesta comunicação, apresentamos os resultados de um trabalho de pesquisa sobre outro romance, La linea del colore (2020), ambientado na segunda metade do século XIX nos Estados Unidos e na Itália (com passagens em outros lugares europeus) cuja protagonista, Lafanu Brown, é uma personagem fictícia mas criada a partir de duas mulheres realmente existidas e pesquisadas por Scego. A primeira é “Sarah Parker Remond, un’ostetrica, un’attivista per i diritti umani, una femminista, una donna di grande cultura. Una donna nera che ha cercato di essere libera quando era difficile esserlo per i neri (e per le donne) in America e altrove” (Making of , 2020, p 347). A segunda é Edmonia Lewis, uma escultora negra que, assim como Sarah, tinha emigrado dos EUA para Roma. A história de Lafanu Brown, é literalmente atravessada por outra contida nos 23 capítulos de “Incroci”, que se alternam aos capítulos com o mesmo número do romance principal, e que é ambientado na África e na Itália dos tempos atuais.
Barbara Kornacka (2017) destaca em seu artigo: “La prospettiva postcoloniale e quella femminista nella narrativa della Scego convergono nei termini di sesso, genere, razza e identità, tutti legati al corpo, che – a mio avviso – si intrecciano nei tre motivi principali che percorrono la prosa della scrittrice: la violenza, l’incontro con l’altra e il meticciato” (p. 238). Violência, encontro com a outra – as relações entre a mulher branca e a mulher negra - e miscigenação atravessam também La linea del colore (2020). No nosso trabalho, essas temáticas serão abordadas a partir dos conceitos de interseccionalidade e identidade híbrida.
PALAVRAS-CHAVE: Igiaba Scego; La linea del colore; Interseccionalidade; Identidade híbrida
REFERÊNCIAS:
SCEGO, Igialba. La linea del colore. Milano: Bompiani, 2020.
SANCHEZ, Beatriz Rodrigues. De volta às origens: mapeando os caminhos percorridos pelo conceito de interseccionalidade. In: Teoria & Pesquisa Revista de Ciência Política, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 50-68, 2022.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª edição. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
SKALLE, Camilla. “Nostalgia and hybrid identity in Italian migrant literature: the case of Igiaba Scego”. In: Bergen Language and Linguistics Studies, vol. 7, páginas 73-86, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.15845/bells.v7i0.