Propostas aceitas - XIX Congresso ABPI (outubro 2021)

TÍTULO DO SIMPÓSIO:

Imparare e insegnare l’italiano: dalla multi/pluriculturalità all’interculturalità

PROPONENTES:

Elisabetta Santoro (USP) - esantoro@usp.br

Paula Garcia de Freitas (UFPR) - paulifreitas@hotmail.com

PROPOSTAS ACEITAS (comunicações orais / pôster)

UMA ABORDAGEM INTERCULTURAL DO LIVRO LA MIA CASA È DOVE SONO NO ENSINO DE ITALIANO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Luciana Duarte Baraldi (Circolo Italiano San Paolo/doutoranda USP)

O objetivo desta comunicação é relatar a experiência do trabalho com o livro La mia casa è dove sono (2010), de Igiaba Scego, integrante da literatura italiana pós-colonial (ALMEIDA, 2019), em um curso livre inserido no projeto “Circolo Letterario” do Circolo Italiano (CI) San Paolo, a partir de uma perspectiva intercultural crítica (WALSH, 2009), que pode ser definida como ferramenta pedagógica que dá visibilidade aos diversos modos de ser e viver e não só promove o diálogo entre as diferenças como encoraja novas formas de pensar que não se limitem às fronteiras geográficas. A abordagem intercultural na sala de aula abre espaço para reflexões acerca da história, da geografia, dos fenômenos migratórios, da(s) identidade(s), da(s) cultura(s) e da alteridade em/por meio da língua. Para Santoro (2007), literatura e língua são indissociáveis, uma vez que a literatura é linguagem, construção de sentido, assim como a língua da literatura é discurso, língua em funcionamento. O trabalho com o texto literário – permeado por aspectos culturais, linguísticos e identitários – permite romper com a concepção, ainda presente na didática das línguas, da sala de aula com território neutro. Não há neutralidade no ensino de línguas: para Rajagopalan (2003), o ensino-aprendizagem integra um amplo processo de redefinição de identidades, e quem transita entre diversos idiomas/culturas está, inevitavelmente, redesenhando sua identidade. A experiência que pretendemos relatar evidencia a importância de considerar os cursos livres de italiano como espaços em que, nas palavras de Rajagopalan (2003), dominamos a língua e a cultura estrangeiras, em vez de permitirmos que elas nos dominem.

PALAVRAS-CHAVE: interculturalidade, literatura italiana pós-colonial, ensino de literatura

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, M. Autoria feminina na literatura pós-colonial italiana: um projeto feminista. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 27, n. 1, p. 1-7, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n158952

ELERO, P. Letteratura migrante in Italia. Lingua Nostra, e Oltre, anno 3, numero 3-5. Disponível em: http://www.maldura.unipd.it/masters/italianoL2/Lingua_nostra_e_oltre/LNO3_26luglio2010/Ellero_4_12.pdf

RAJAGOPALAN, K. Língua estrangeira e autoestima. In: RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão étnica. São Paulo: Parábola, 2003. p. 65-70.

SANTORO, E. Da indissociabilidade entre o ensino de língua e de literatura: uma proposta para o ensino de italiano língua estrangeira em cursos de Letras. 355 f. Tese (Doutorado em Letras). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-26022008-141241/publico/TESE_ELISABETTA_SANTORO.pdf

SCEGO, I. La mia casa è dove sono. Milano: Rizzoli, 2010.

SHEIKHOLISLAMI, M. La ricerca dell'identità nell'antologia Pecore nere. Pažuhešnâme-ye Enteqâdi, Institute for Humanities and Cultural Studies, 2018, p. 87-99. Disponível em: http://criticalstudy.ihcs.ac.ir/article_3123.html

WALSH, C. Interculturalidade crítica e educação intercultural. Tradução de Herlon Bezerra. Seminario “Interculturalidad y Educación Intercultural”. Instituto Internacional de Integración del Convenio Andrés Bello, La Paz, 9-11 mar. 2009.